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terça-feira, 17 de abril de 2012

Ata de audiência da FCTE no TRT , no dia 16 de abril de 2012.



Doc.: 00066/12
                                                           Pág.:     1


               SECRETARIA DE EXECUÇÕES E PRECATÓRIOS - RA 23/2010


                   ATA DE AUDIÊNCIA RELATIVA AO PROCESSO Nro. 904506/11
     
             Aos 16 dias do mês de abril do ano de 2012, às  13:00  horas,  na
        sede do SECRETARIA DE EXECUÇÕES E  PRECATÓRIOS  -  RA  23/2010,  tendo
        como Titular o(a) MM. Juiz(a) do Trabalho Maria Cecilia  Alves  Pinto,
        realizou-se a audiência nos autos da  ação  trabalhista  proposta  por
        Maria de Fatima Dias de Sousa Brito em face  de  Fundacao  Comunitaria
        Tricordiana de Educacao.
             Aberta  a  audiência  foram,  de  ordem  do(a)  MM.  Juiz(a)   do
        Trabalho, apregoadas as partes.
     
        Pelo Ministério Público, presente a Promotora de Justiça – Curadora de
        Fundações, Dra. Valma Leite da Cunha.
        Pela Fundação Comunitária Tricordiana de Educação estão presentes:
        -Dr. João Carlos de Paiva, OAB/MG 47.822;
        -Dr. João Moisés Arbex, Presidente.
        - Presente também o estagiário de direito, Robson Teixeira.
        Pelo SINPRO/MG:-Dr.Sércio da Silva Peçanha, OAB/MG 51.729;
        -Sr. José Carlos Padilha Arêas, Diretor.
        Pelo SAAE/MG:
        Dra. Rogerlan Augusta de Morais, OAB/MG 103213.
        -Sr. Carlúcio Kleber Borges Araújo, Presidente;
        Representando diversos    reclamantes:  Dr.  Alexandre  Magno  Martins
        Pinto, OAB/MG 50902, Dr. João Lúcio Martins Pinto, OAB/MG 47632.
     
        Presente também a reclamante Sra. Maria do Socorro Oliveira Saback.
     
        Aberta a palavra a Fundação, afirmou ela que é  preciso  repensar  seu
        tamanho, em face  das  atividades  assumidas,  sendo  o  momento    de
        encolhimento físico da  instituição,  para  que  possa  arcar  com  os
        encargos assumidos,, inclusive, aqueles de ordem  trabalhista  ora  em
        execução perante este Juízo.
     
        Nesta linha de raciocinio,  afirmou  que  os  imóveis  integrantes  do
        Campus de Betim, avaliados em aproximadamente R$7.900.000,00, bem como
        uma fazenda em  Três Corações que vale cerca de dois milhões de reais,
        os quais já se encontram penhorados podem ser  imediatamente  vendidos
        em hasta pública, revertendo-se os valores para a execução em curso na
        SEP. .
     
        A requerimento da ré , registra-se que poderá apresentar  proposta  de
        compra dos imóveis por iniciativa particular, sendo que tal valor será
        o piso o valor mínimo, prevalecendo o leilão apenas em caso  de  venda
        por valor superior.
     
        Questionaram o SINPRO  e o SAAEMG o que seria feito com os  empregados
        (professores e empregados da  área  administrativa)  em  atividade  no
        Campus de Betim, obtendo como resposta da Fundação,  que  serão  todos
        dispensados, encerrando-se  as  atividades  naquele   local.    Melhor
        esclarecendo, acresceu o presidente da da fundação que os cursos serão
        mantidos,  mediante locação de espaços,  até  a  formatura  da  última
        turma, quando  então  serão  os  profissionais  dispensados  de  forma
        gradual.
     





                                                           Doc.: 00066/12
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               SECRETARIA DE EXECUÇÕES E PRECATÓRIOS - RA 23/2010


                   ATA DE AUDIÊNCIA RELATIVA AO PROCESSO Nro. 904506/11
     
        Foi a fundação questionada sobre a parcela em atraso  perante  à  SEP,
        justificando o atraso por problemas junto à  Receita Federal,  no  que
        tange a imposto de renda, , entendendo  ser  possível  regularizar  os
        depósitos até junho, pois quitará duas parcelas em maio e outras  duas
        em junho, a partir de quando voltará a fazer os depósitos mensalmente.
     
        No que tange à venda de mantença, afirmou o SINPRO, bem como o  SAAEMG
        terem sérias restrições  contra  a  mesma,  ainda  que  seja  a  venda
        parcial, pois as experiências conhecidas resultam  em  mercantilização
        da educação, sendo melhor então buscar uma alternativa no  sentido  da
        estatização da fundação e da atividade educacional.
     
        O Ministério Público Estadual, que  exerce  a  função  de  curador  da
        Fundação, afirmou que: "o  objetivo  de  todos  nós  é  encontrar  uma
        solução para fazer face à grave situação  financeira  vivenciada  hoje
        pela Fundação; a Fundação é um patrimônio que tem finalidade  pública,
        tendo natureza  privada,  não  se  confundindo  com  ente  público;  o
        objetivo e o olhar da Fundação são sociais e públicos; o Município  de
        Três Corações gira em torno das  atividades  da  Fundação;  o  passivo
        trabalhista é da ordem de 30 milhões, fiscal de setenta milhões, sendo
        que o certificado de filantropia não foi renovado em 2012; o curso  de
        medicina está com a licença  suspensa;  há  apenas  3  saídas  para  a
        questão: 1) financiamento  bancário  -  capacidade  da  Fundação  está
        esgotada; 2) venda de imóveis - os imóveis são imóveis de  uso,  sendo
        que a venda pode gerar o esvaziamento da  atividade  da  Fundação;  3)
        transferência de mantença, que no olhar do MP seria  a  hipótese  mais
        viável, possibilitando  a  sobrevida  da  Fundação,  que   continuaria
        existindo na manutenção do  Colégio  de  Três  Corações;  o  curso  de
        medicina foi despejado, tendo que  conseguir  outro  espaço  para  seu
        funcionamento; o MP acompanhou a  transferência  da  Fundarc,  no  que
        tange à mantença,  a  qual  vinha  se  afundando   em    endividamento
        crescente; quando  há  necessidade  de  venda  de  imóvel,   há    uma
        desvalorização do mesmo; na última avaliação do  MEC  a  qualidade  do
        ensino ficou em alto nível, sem qualquer queda de qualidade; é preciso
        vislumbrar uma solução; a estatização é vista com certa reserva,  pois
        envolve processo político demorado, com aumento da dívida; a  fundação
        de apoio de entidades de cursos superiores estaduais é que viabiliza o
        seu funcionamento, eis que o Estado  destina  valores  muito  pequenos
        para a educação em nível  superior;  o  Ministério  Público  tem  como
        missão a de proteger o patrimônio da Fundação, que é privado, mas  com
        destinação pública; a manutenção  da  Fundação  constitui  preocupação
        primordial do Ministério Público. É preciso pensarmos  juntos  em  uma
        solução viável, sendo que a informação que tem hoje é  no  sentido  de
        que o campus de Betim, caso  bem  vendido,  seria  da  ordem  de  dois
        milhões de reais".
     
        Requer a juntada de documentos para demonstrar a débil situação da ré,
        o que fica deferido,  abrindo-se  vista  dos  mesmos  às  partes,   em
        audiência.
     
        A reclamada apresentou  rol  com  as  reclamatórias   na    fase    de
        conhecimento, estimando perfazerem  elas  montante  de  R$6.900.000,00





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        aproximadamente, enquanto os Sindicatos contestam o  valor,  afirmando
        que após liquidação perfazem pelo menos outros R$15.000.000,00.
     
        Afirmaram os Sindicatos que precisam de prazo para analisar a proposta
        de venda dos imóveis, juntamente com a mantença dos cursos  de  Betim,
        para que não haja desemprego naquela unidade, sendo este  o  princípio
        que, desde o começo, inspirou a instituição deste regime  especial.  A
        reclamada concorda com a concessão do prazo, o mesmo ocorrendo com  os
        reclamantes não representados pelos  Sindicatos,  aqui  presentes  por
        meio de seus advogados.
     
        Foi a Fundação concitada a efetuar o pagamento dos  valores  acordados
        no prazo limite acima anotado, sob  pena  de  desfazimento  do  regime
        especial, de forma antecipada às negociações aqui iniciadas.
     
        A MM. Juíza, Dra.  Wilméia,    falando    em    nome    da    primeira
        vice-presidência do Tribunal, afirmou que é necessário o  empenho  das
        partes, para uma rápida solução das pendências, sob pena de este Juízo
        dar início à execução forçada, com alienação de patrimônio da ré, tudo
        em respeito ao princípio da duração razoável do processo, em benefício
        do credor.
     
        Também o Ministério Público reafirmou a  necessidade  de  uma  solução
        conjunta, sob pena de ser obrigado a ajuizar ações, para  corrigir  os
        rumos da Fundação.
     
        Afirmou a ré que  está  funcionando  em  toda    a    sua    plenitude
        institucional, não havendo cogitar do ajuizamento de qualquer ação por
        parte do MP.
     
        Diante da denúncia  de  dispensas  sem   o    correspondente    acerto
        rescisório, determino à ré que envie mensalmente ao SINPRO e ao SAAEMG
        cópia do CAGED, para conferência  e  eventual  denúncia  perante  este
        Juízo de eventuais irregularidades tendentes  ao  aumento  do  passivo
        trabalhista da Fundação.
     
        Concedo aos Sindicatos  o  prazo  até  a  próxima  audiência  para  as
        avaliações necessárias acerca da alienação dos imóveis ofertados,  bem
        como da mantença dos cursos de Betim ou  do  curso  de  medicina,  que
        funciona em Belo Horizonte, o que fica deferido.
     
        Designo nova audiência para o dia 21.05.12,  às  13:00h.,  cientes  as
        partes.
     
        Junte-se cópia desta ata nos autos do processo piloto.
     
        Nada mais.
     
     
     
     
     





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        Maria Cecília Alves Pinto
        Juíza do Trabalho
     
        Exequente:___________________________________
     
        Advogado(a):_________________________________
     
        Executado(a):_________________________________
     
        Advogado(a):__________________________________
     
     
        Marco Antonio Rosa
        Diretor de Secretaria